quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Linguagem e educação

Retomando a interdisciplina LINGUAGEM E EDUCAÇÃO do eixo VII , achei muito interesse o texto que reli.
Coesão e coerência
em textos escritos iniciais:
algumas reflexões

Fernanda Fornari Vidal
Rosa Maria Hessel Silveira

A partir desse breve percurso, foi possível observar o quanto um olhar que se volte para questões de coesão e coerência nos textos ini¬ciais, pode revelar sucessos e “impasses” na organização textual, para os quais é importante o(a) professor(a) estar atento(a). Assim, é bastante comum, nos textos de crianças de séries iniciais, o uso da fórmula “Era uma vez” para dar início aos textos, como a sinalizar que qualquer his¬tória não será tida como tal, se não iniciar deste modo; mas também podemos ver nesse traço a falta do contato com textos diversificados e diferentes para se perceber que há muitos modos de se começar uma história. Por outro lado, também é frequente, em tais textos, a escrita da palavra “fim”, como se fosse necessário assegurar ao leitor que a his¬tória efetivamente acabou e que não se tem mais nada a dizer, ou, como vimos, o uso da fórmula original dos Contos de Fadas – “Viveram feli¬zes para sempre”. Esses marcadores frequentemente não se coadunam com o restante do texto, funcionando como meras marcas gráficas de abertura e de encerramento.
Seguramente, nesta caminhada em busca do domínio dos recur¬sos de coesão e da obtenção bem-sucedida da coerência textual, os tex¬tos das crianças também têm tropeços. Por vezes, falta contextualização às informações trazidas no texto escrito; acostumadas que estão à oralidade, em que as circunstâncias externas suprem essa contextualização, precisam aprender como efetuar, no texto escrito, tal contextualização. Outro problema é a repetição exaustiva de certos elemen¬tos do texto como mecanismo coesivo, em especial os nexos daí, en¬tão, e..., de pouca densidade semântica. Um terceiro problema é a re¬cuperação do referente de certos pronomes ou formas pronominais. Por vezes nos perguntamos a quem se refere um ELE ou ELA!
Relembremos que não há uma receita mágica de bom uso dos recursos de coesão, tanto em língua escrita quanto na língua oral. O conhecimento progressivo de textos escritos que utilizam vários tipos de mecanismos de coesão, além da reescrita e da exploração de suas potencialidades, é que possibilitará ao aluno seu aperfeiçoamento neste sentido. Nesse cenário, também a intervenção informada da profes¬sora, no sentido de questionar eventuais problemas de coerência, de sugerir outros recursos de coesão, seria bem-vinda!
Investir na exploração de diferentes portadores textuais (receitas, poemas, letras musicais, fábulas, lendas, histórias em quadrinhos, etc.) no trabalho em sala de aula é uma estratégia adequada a ser utilizada pelos professores e professoras que, desta forma, estarão contribuindo para a qualificação da produção textual de escritores iniciantes.
Transpondo o que estas autoras nos colocam e retomando as experiências que vivencio com meu aluno disléxico como aos demais alunos, posso afirmar que com certeza o que faz com que nossos alunos produzam textos, histórias, enfim escrevam é a forma com que conduzimos as atividades, se despertamos suas curiosidades, os incentivamos serão capazes de produzirem excelentes textos. Devemos estar sempre proporcionando aos mesmos os mais variados tipos de leituras, os mais variados tipos de produções. O importante é despertar em nossos alunos o gosto pela leitura e o gosto pela escrita.

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Cátia:

Como bem disseste é um apanhado de itens que ajudarão a fortalecer a aprendizagem e o gosto pela leitura e escrita.

Grande abraço, Anice.